que seja doce;
quarta-feira, 19 de novembro de 2014 | Comentários
 "Que sejamos doce, repito isso sete vezes ao acordar"


Vejo a fumaça do cigarro condensar, pairando sobre a cama; penso que somos grandes demais para nossa própria existência.
Penso em como deveríamos expandir. Nós e o cabimento das coisas. Você consegue entender?
Não, meu bem, não quero complicar as coisas, nem comparar a pobreza do ser humano perante o universo.
Todos os dias alguém faz isso.
Nós fazemos, quando nós bastam miúdas emoções cotidianas, por vezes tão efêmeras que nem as vimos.
Quem sou eu para desacreditar? Se até as estrelas tem maior quantidade que os grãos de areia da Terra, qual seria o motivo de nos acharmos melhores que alguma espécie viva?
Ah, meu bem, perdoe-me por toda essa v-e-r-b-o-r-r-a-g-i-a desnecessária sobre algo que eu não ia complicar; sempre fui assim, um defeito, talvez?
Bom, o que eu estava tentando te dizer é que, hoje eu acordei e fiquei observando a fumaça do cigarro. Ela condensa em cima da cama, em cima dos móveis, tal como sua imagem. Nítida tal como.
Pensei em inúmeras outras coisas, não vou negar, você me veio depois.
Quando aconteceu, permaneceu até o fim dos meus pensamentos -sem-essa-de-que-os-pensamentos-não-param-, você sabe, eles param.
Alguns chamam de saudade, outros perguntariam: Saudade de que?
Alguns diriam o amor é mesmo assim, sentimos falta o tempo (mesmo que pouco) que ficamos longe, outros diriam que isso é bobagem. Os outros diriam que amor não existe. Ah, os outros! Sempre tão errados, sempre tão...
Eu? Bem, eu não sei exatamente o que diria.
Eu não sei exatamente se acredito em amor, se acredito nesse misticismo todo de sentimentos confusos que pulsam no lugar do sangue, passeiam por todo o corpo, bombeiam o coração, esse turbilhão todo que nos cabe.
Ou não cabe.
Mas acredito em nós. Acredito no que você faz comigo; acredito nessa essência que conseguiu trazer à tona em mim.
Acredito que somos infinitos.
Acredito que perdemos a cabeça, todos os dias, quando nos encontramos, quando você é minha.
Acredito em todas essas coisas piegas que faz comigo. Talvez isso seja amor, nosso universo paralelo de sentimentos confusos escorrendo nas veias.
Nós somos sentimentos infinitos, grandes demais para a nossa existência, sem precisar de cabimento.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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