sem titulo
terça-feira, 22 de setembro de 2009 | Comentários
é engraçado como no final das contas, não sabemos absolutamente nada sobre ninguém. como não sabemos nada sobre a vida e, como sempre tentamos fazer as coisas mais complicadas do que o são.
tudo pode ser tão simples, não é?
suponho que seja instinto do ser humano querer desafios, normalmente o que é fácil demais, não tem muita graça no final.
e o que é difícil demais, porém, pode não ser tão gratificante.
qual o melhor? - se esforçar pra caralho e ver que não deu em merda nenhuma, ou não fazer absolutamente nada, e ver que também não deu em nada?
obvio que , coerentemente, escolhemos a segunda opção.
só na teoria, haha, na prática, gostamos de sofrer, para poder reclamar no final e dizer 'poxa, tanto sacrifício pra nada'. é... gostamos de sofrer, somos complexos demais; achava que mães eram complexas demais, vejo que me engano. afinal, o ser humano num todo é uma coisa complexa e entediante demais!
sempre estamos brigando, estamos triste com alguma coisa, quase sempre por algo fútil, quase sempre por algo importante, somos também contradições. belas contradições.
complexos, entediantes, contraditórios...
adoraria poder fugir às vezes, fugir do que sou, fugir das pessoas, fugir do mundo. um lugar calmo, só eu, umas cervejas, uma música boa ao fundo.. o único barulho feito é o vento balançando os galhos sobre minha cabeça.
mas eu não daria à mínima, continuaria na mesma posição, o dia inteiro, sem pensar no dia de amanhã, sem pensar em aula, sem pensar em nada.
só eu, o vento, a música... num tipo de escapismo, uma válvula de saída pra lugar nenhum.
ah, como seria bom se isso fosse possível, pelo menos, uma vez a cada mês!


Down down down o high society ♫
segunda-feira, 21 de setembro de 2009 | Comentários
Uma geração perdida, na era do jazz. A busca incessante por algo não definido, onde as drogas foram descobertas e, ocupavam a maior parte do tempo.
Uma onda 'underground' tornou-se febril, o punk, a liberdade de expressão como nunca tinha sido vista, uma oportunidade de mudar de vida, alertar sobre os descasos, o preconceito impiedoso da 'high society'.
O mau do século do Lord Byron; poetas maravilhosos iam sendo descobertos à medida que morriam de tuberculose - consequência da vida boêmia - bandas de rock nasciam para, tempos depois, serem imortalizadas.
A geração onde tudo podia, o bissexualismo era 'da hora', uma era de revoluções, pessoas cultas, com opiniões definidas. Golpes militares, jovens excitantes com suas idéias absurdamente revolucionárias.
Onde ficar parado era heresia.
Uma geração perdida ao longo dos anos, esperando ser encontrada novamente pelos mesmos jovens excitantes... só que dessa vez, pelos do século XXI.


O silêncio da neve
quinta-feira, 10 de setembro de 2009 | Comentários
Toda vez que entro em casa, mais especificamente naquele quarto, sinto seu cheiro.
Um cheiro doce, agradável, tão gostoso.
Toda vez que assisto àquele filme... aquele que tu tanto gostava, sabe?
Como-que-é-mesmo; aah sim, Grande Hotel. Greta, sempre diva.
Gostava tanto de olhá-lo contigo.
Agora, só tenho uma pessoa aqui comigo, neste casarão... nos damos bem, não conversamos sobre nossas vidas, mais sobre filmes. Antigos, preferencialmente, franceses -pra ser mais específica. Aqueles que chamam de 'pornô', sem saberem que a arte francesa é sensual, naturalmente.
Voltando à minha nova amiga... rimos bastante, ela sempre encena algumas partes do 'juventude transviada' fazendo aquela voz de galã do James Dean.
Eu a acompanho, imitando a Judy.
Agora que faz demasiado frio, apesar de não nevar, sempre me debruço na janela para olhar os flocos. Meus flocos. Talvez insanidade, mas, arrisco dizer que, muitas vezes, os escutei; quando delicadamente seus resquícios encontravam-se com o chão.
Ela nunca reclama de mim, só da fumaça do cigarro... dizendo que ofusca minha aura, tampouco meu rosto. Quem sabe seja por isso que nunca a vejo, nunca vejo seu rosto, é como se tivessem passado uma borracha, ao redor do rosto.
Esses dias, resolvi apagar o cigarro, me aproximei, vagarosamente, do seu corpo. Um cheiro familiar, um jeito conhecido, hesitei um pouco. Provavelmente com medo de descobrir quem era. Com medo de descobrir que eu, realmente, estava sozinha lá.
Numa overdose de filmes antigos, bebidas, cigarros, numa overdose de nostalgia, dos nossos tempos juntos.
Então, agora posso vê-la; é estranho, parece me acompanhar a cada movimento. Chego mais perto, com aquele mesmo medo.
Porém agora, sei do que o tinha.
Medo, medo, medo. Medo de descobrir que o rosto que eu vira atrás da fumaça do cigarro, era meu.
Uma imagem perfeitamente refletida. Num espelho sujo.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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