Sobre a morte
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009 | Comentários
O que pensar sobre a morte?
Ter medo ou não?
Durante anos, na minha infância, tive demasiado medo desse assunto, ficava noites e noites acordada pensando em como seria depois.
Sabendo que talvez não houvesse depois, mas, mesmo assim, me preocupando.
Acho, então, que o texto não deveria começar com ‘o que pensar sobre a morte’ e sim ‘o que você pensa sobre a vida?’.
Quanto vale a sua vida, essa é a questão.
Um amigo, meus pais... isso vale minha vida, sem dúvida nenhuma.
Pois é por eles que eu vivo, morreria tranqüilamente por alguém que me faz viver. E isso seria muito coerente.
Às vezes, fazemos de nossas vidas algo tão insignificante que, a morte parece a melhor opção. Não acreditando que haja segunda chance, não acreditando que você possa começar do zero. Por que todo fim, tem um recomeço.
Não acho que o problema seja a morte, mas sim a vida, como levamos ela, como nos destacamos, como somos felizes.
Ou tentamos ser...
A vida se torna tão insignificante às vezes que, seria um desperdício entregá-la à morte!


Verso, estrofe e refrão
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009 | Comentários
Não sei o porque disso mas, sinto uma alegria demasiada ao observá-la.
Seus olhos claros, juntamente com sua pele cor de neve! Os cabelos pretos como ébano, caíam perfeitamente sobre aquele rosto...
Ah, aquele rosto, por vezes tão angelical que a vontade de ficar olhando nunca cessava. E por tantas outras –vezes- demoníaco, sombrio e melancólico; aquela doçura toda se esgotava tão rápido que nem percebia que meus olhos eram fixos aos seus.
Talvez a loucura tenha tomado conta de seu corpo frágil e delicado; o rosto angelical desaparecera, tornando-se uma vaga lembrança.
Os olhares eram recíprocos e, dificilmente se desencontravam... apenas quando eu puxava outro cigarro do bolso, abaixando os olhos para procurar o maço.
O canivete em suas mãos reluzia com o brilho do luar. Sabia o que estava por vir, mesmo assim, o único pensamento que me vinha era dos anos que passei sem poder tocá-la, sem poder dizer que a amava. E hoje, depois de todos esses anos, estamos frente a frente, e ela sequer me reconhece!
O silêncio ecoa em meus ouvidos, seus passos apurados chegam até mim rapidamente.
Seguro para longe de mim o braço que carregava seu canivete, por alguns minutos apenas... tantas palavras transbordam dentro de mim, um ‘eu te amo’ chega até a minha boca, porém, é inválido.
Resolvo a soltar, e então o silêncio é quebrado com o baque do meu corpo de encontro ao chão.
Deitado com a mão sobre o peito, tento inutilmente estancar o sangue...
Ela cada vez mais longe, com um sorriso largo no rosto, aquele rosto lindo e sombrio.
O mesmo sorriso de quando eu a observava... há anos atrás.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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