Polaróides urbanos
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 | Comentários
É maio aqui na França, aqueles dias frios, nublados.. de 1968.
A revolução explode lá fora; todos os dias, barricadas, estudantes confrontando o Governo, em choque com a polícia.
E aquele cara é o porta-voz. Aquele cara lá, o vermelho.
Dany Le Rouge.
Ah aquele cara me encanta... e toda vez que olho para ele me dá vontade de fazer alguma coisa.
Não, não é sexo, apesar dele ser bem atraente; mas sim a revolução ao seu lado.
Ficar lá, com a multidão, gritar junto, confrontar o Poder, a polícia fechando as faculdades, os operários em greve.
Porém, a coragem me falta, a tensão de morrer pisoteada se confronta com a vontade de participar.
Não só pisoteada, mas espancada pelos porcos.
Queria tanto ter essa coragem aí, de mudar o mundo, mesmo que não conseguisse. Só pelo gostinho de ter tentando, ter feito alguma coisa; e não ficar aqui, em frente à lareira, com um bom vinho, aquele cigarro, Edith Piaf ao fundo.
Porém, só fico nisso... nesses poréns inacabáveis. Se é que essa palavra - poréns- existe.


Minha flor, meu bebê
domingo, 21 de fevereiro de 2010 | Comentários
O sol acaba de raiar com todo o seu esplendor.
Eu, ofuscada pelo seu brilho, apenas o admiro da janela; pensando em quando nos reencontrarmos, em quando todos aqueles planos poderão, enfim, se realizar. Pensando no meu futuro ao lado teu... no nosso futuro.
Acordar ao teu lado, saber que sempre será minha.
Aí sim, nem mesmo o sol terá tanto brilho quanto o meu olhar pra ti.


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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 | Comentários
Sempre fui muito boba, e 'inocente' no que diz respeito à confiar nas pessoas.
Realmente demoro para ver maldade nas pessoas, por vezes, sendo patético esse meu jeito; e mesmo assim, não consigo mudar. O que me chama mais atenção, não é o fato de ainda existirem pessoas que acreditam nas outras, e sim o fato de existir uma proporção desfavorável dessa gente que só quer ver você por baixo.
Por que, convenhamos meus queridos, não existe coisa mais grotesca do que tu ter prazer de ver uma pessoa mal.
Sei que todos nós, por sermos assim, naturalmente mentimos, mas há um limite nas mentiras; às vezes nem sempre o melhor é omitir... as coisas podem ficar bem mais simples se tu der a sua cara à tapa, nem que seja, uma vez a cada ano.
No começo será doloroso, a decepção quando as pessoas são mais próximas sempre é pior. E aí tu pergunta 'Será que eu não tive culpa?'. Fica remoendo isso, durante dias, ou até meses, uma dor que te consome todos os dias, é uma sensação ruim de um aperto no peito, uma vontade de chorar e esquecer tudo.
E nessas horas, como é bom chorar!
É como se toda essa mágoa escorresse nas lágrimas que caem, mesmo que seja só naquele momento, a sensação é a melhor possível, nesses dias cinzas.



Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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