Mesmo que mude;
segunda-feira, 26 de abril de 2010 | Comentários
Ora, faça-me um favor, assim, como o último que fará. Pare de chorar, a morte é uma sequência, acontece, sem mais.
Não finja agora, no meu leito, que está preocupada; já passou, nosso amor, nossas histórias. Já deve estar fodendo com outro. E, agora, que estou assim... me libertando desse marasmo, vem chorar, e implorar perdão.
Estamos na febre da tuberculose, moulin rouge, meu bem.
E, eu, como todos meus amigos boêmios, nao teria final mais digno do que morte por tuberculose.
Lautrec ainda sobrevive, mas eu... eu não, nem quero!
O escapismo da minha tragédia é a morte, a minha felicidade, hoje, será a morte. Não me venhas com essa baboseira toda, lamentações não adiatam mais, não há mais tempo.
Nem tempo, nem vida, se entregue como eu fiz; quando chegar a sua vez, provavelmente pelo mesmo motivo que estou aqui, não se prenda aos detalhes... o que é uma mera vida perto da imensidão que pode ser a morte?
Ou talvez não seja nada disso, não seja meu escapismo, e seja uma tragédia maior.
Mas, não pensarei nisso, afinal, logo descobrirei. E pode deixar, queridinha, te aviso.
Pois como dizem né... para morrer basta estar vivo.


Don't cry tonight.
quinta-feira, 22 de abril de 2010 | Comentários
Eu sei, já estou ficando insuportável com tantas palavras, tanta verborragia. Sei que você já está cansado de ouvir minhas explicações, minhas lamentações, carência e, principalmente, já cansou dos meus 'te amo'.
Que, com o passar do tempo, ficam cada vez mais repetitivos e menos verdadeiros.
Não, não estou aqui para dizer que quero outra chance e blábláblá.
Só quero dizer que sinto muito. por não conseguir te amar mais, por ter me tornado essa pessoa chatae insensível que você tem -ou tinha- que ver todos os dias.
Essa é a hora que nossos olhos estariam cheios de lágrimas. Mas isso não acontece, não temos mais pelo quê chorar.
E acho que a vida perderia meio que todo o sentido se não tivéssemos motivos para chorar. E lembrando disso choraríamos. Juntos, pela última vez.
Depois de todo aquele clichê que se fala no término de um relacionamento, ou vida, eu partiria.
Mas isso não acontece; você sussurra algo, talvez pelo constrangimento do silêncio que paira ali, sem lágrimas, sem te amo. Você sussurra algo como 'eu consigo te amar como na primeira vez'.
E aquele silêncio todo é quebrado com uma explosão dentro de mim.
E denovo choraríamos, juntos.
Como na primeira vez.


Piece of my heart;
terça-feira, 20 de abril de 2010 | Comentários
A noite mal começou e meus olhos já estão ardentes, cansados, quase fechando.
Isso é algo que me assusta. Estar cansada.
Tomo tantos remédios, drogas... que nem sei ao certo como estou viva.
Porém, antigamente, isso me deixava, completamente, ligada. Heroína, cocaína, cafeína, anfetamina; só me falta a morfina para completar, mas creio que esta não precisarei usar tão cedo. Afinal, não sinto nada além da respiração do outro; quem sabe a minha.
Aquele silêncio estarrecedor até que, por descuido, uma agulha encontra-se com o chão, maciço.
É essa a sensação quando escuto, ou sinto, sua respiração. Quem sabe a minha.
Meu desejo é que acabe logo, não suportaria mais uma noite assim.
Ele não deixa, disse que sempre estaria ao meu lado. Duvido muito, mas ele ainda está. Quebrando o silêncio a agulha caindo no chão, fazendo eu me sentir, nem que seja por 10 segundos, viva.
Sinto isso quando, com os olhos fervendo, se aproxima dos meus e assim, quase que por acidente, meu coração dá um sinal que está funcionando ainda.
Com batidas sutis, porém agitadas, de paixão.


she's lost control
quarta-feira, 7 de abril de 2010 | Comentários
Todos a chamam de louca; e é o que realmente parece.
Dança feito uma, corre, canta, fuma, beber. Sozinha
Mas ela, não se importa com o que dizem, e se não dizem, pensam. Deixou de ligar para isso faz tempo, desde que o amor a deixou.
Sim, sempre o mesmo clichê. Amor, loucura, cigarros.
Ela gosta desse clichê, não do praxe, só do clichê.
Gosta também da sua loucura solitária, que por a acompanhar se torna menos sozinha.
E filmes, Ah, como os adora; no inverno... a loucura, a bebida e os filmes.
De preferência os do Bertolucci, pra esquentar o frio da casa, quase abandonada.
As vezes sai à rua, para ver quantas pessoas a observam com aqueles olhos, olhos vermelhos, sedentos por respostas, por explicaçoes. Explicação essa que todos já sabem.. mesmo assim ainda procuram.
É tudo parte do clichê do amor, na verdade... falta dele!
Outras vezes, quando fica sem sair, os mesmos olhos que procuram respostas, batem à porta para ver se ela ainda está lá.
Ainda está.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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