disorder;
terça-feira, 19 de abril de 2011 | Comentários
Meus olhos estão em movimento, oscilam tão rápido que, muitas vezes, penso que irão saltar e sair correndo.
Eu sei o motivo: meu corpo paralisado pede socorro; porém nada acontece.
Minha boca, entreaberta não grita, não pede. Também está paralisada.
Um gosto amargo passa pelas minhas entranhas e, mesmo se quisesse, não saberia dizer o que é.
Os olhos estacionam no teto; o olhar acalma-se, estarrecido. Agora, os pensamentos ocupam todo o espaço. Quero gritar, pedir que parem; parem -os pensamentos- de girar.
Meu corpo dói, os pensamentos vertem sangue, querendo, a todo custo, sair de mim.
- Ei, espera, ele se mexeu, eu vi...
Ouço vozes, opiniões, oposições. 'Cê ta louco? vamos levar o corpo logo.'
Então entendo; mas - devo lhes confessar- achei que a morte seria menos dolorida.
Talvez seja sempre assim para aqueles que adiantam essa hora.
Sinto meus olhos fechando, as vozes... tão nítidas transformando-se em ruídos distantes.
Os pensamentos se calam. Por fim, o que eu tanto buscara.
Paz.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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