Cinco minutos
terça-feira, 17 de março de 2009 | Comentários
Lá estava eu, semi-cerrando os olhos para poder enxergar além da cortina de água que caía do céu.
Uma silhueta familiar esperava na soleira da porta enquanto eu, ia em sua direção.
Cinco minutos de abraços e beijos antes de adentrar à casa, ensopado.Ofereço-lhe café, prefere whisky... fumamos, bebemos por algum tempo.
Só então reparo em sua face, envelhecida desde a última vez que nos vimos,cabelos grisalhos, olhos castanhos afundados no cansaço; tanto tempo longe, tantas frases esquecidas em meio ao sexo com gosto de cigarro!
Tudo o que tinha para ser dito se torna silêncio. O barulho infernal desse silêncio ecoando pela casa. Só é quebrado pelas gotas de chuva no telhado e, o velho disco na vitrola (no melhor estilo).
Chuva, cigarros, algumas doses de um rock'n'roll meio antigo, meio Janis, misturado as várias doses de whisky...
Ele olha para mim alguns minutos, quem sabe cinco, não saberia ao certo.
Eu te amo! Sim, eu te amo... era o que eu precisava ouvir hoje, só isso em meio a sua companhia. O velho rock'n'roll, ele, eu, a chuva e, os cinco minutos. Ou sete, quem saberia?
Não importa mais... se é que algum dia importou.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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