zombie;
quinta-feira, 25 de agosto de 2011 | Comentários
acho que a gente deveria sair, sabe?
sei lá, não gosto de rotina e, provavelmente, todos os outros também não gostem.
ah sim, sou uma merda de um clichê, um clichê apaixonado. daqueles bem bobos, metido a intelectual, daqueles que quando ficam chapados resolvem falar sobre pink floyd.
ou sobre a sua preferência pelo che, pelos ideais; e aí vem toda aquela história de porra-os-ideais-do-cara-eram-bons
e blablabla.
e quando tem alguém tão chapado quanto eu, que fala que não que o negócio é o capitalismo que um pedreiro nunca vai ganhar o mesmo que um médico porque ele é muito inferior a isso.
você já me conhece, revira os olhos com desprezo, pois sabe o que vai acontecer a seguir: eu e o outro cara discutindo a opinião, dois babacas num bar, bêbados, chapados, querendo discutir sobre o capitalismo contra o socialismo.
dois intelectuais de merda, que não sabem que opinião não tem como discutir.
talvez por isso prefira ficar em casa, ouvindo qualquer disco. ouvindo qualquer coisa que te leve para longe de mim.
que te faça esquecer o quão babaca é o cara que você escolheu para dividir sua vida.
e, talvez, você até pense em como seria a vida sem mim, sem essa chatice, essas coisas todas que eu sempre faço e você revira os olhos com desprezo.
você é jovem, é a mulher mais linda que já conheci, não deveria estar atirada num sofá, numa sexta-feira, ouvindo qualquer disco, e olhando para o cara que você escolheu.
que no caso, esse babaca sou eu.
aí eu penso, olhando pela janela, vendo as pessoas na rua, nos bares... os casais felizes.
como eu consegui te conquistar, em como eu-sendo-esse-idiota conseguiu ter a mulher mais linda nos meus braços
talvez sorte?
talvez amor, talvez carência.
nunca vou saber, nunca terei coragem de te perguntar uma coisa dessas.
na verdade, sou um covarde, tenho medo de que a resposta seja por carencia mesmo.
talvez eu nunca tenha coragem de te falar, mas eu sou o cara mais feliz do universo. mesmo não sabendo se tu ta comigo por amor-ou-carência.
porque, agora, eu te tenho.
mesmo que não seja nos meus braços, tu ta ali, no sofá, dois metros de mim. dois metros do meu coração.
e você talvez esteja pensando em me largar, dizer que não aguenta mais isso, não aguenta mais ficar num sofá ouvindo discos velhos, essa não é a tua praia, que eu não sou o que tu quer.
mas, agora, você não faz nada. apenas me olha, e sorri.
talvez por pena, carência.
talvez por amor.


can you whisper;
segunda-feira, 22 de agosto de 2011 | Comentários
Mesmo quando os tempos estão difíceis, não deveríamos parar de desejar essas coisas bonitas.
Essas coisas, sabe?
Ou aquelas coisas, felicidade, amor, saúde...
Felicidade mesmo depois de uma grande perda, felicidade nas coisas mais bobas, nas pessoas que nunca - você - pensaria.
Amor que nunca falte, overdoses de amor, misturadas ao sexo, ao suor, à beleza. Amor de amar, amor de família, amor de amigos. Qualquer tipo de amor.
Saúde para aqueles que se afundam assim-como-eu na vida mais boêmia, se afundam nas bebidas, talvez nas coisas mais pesadas, nas coisas mais bonitas. Se afundam em finais de semana, que se prolongam pela semana.
Que as pessoas amem, qualquer coisa. Algo para amar.
Algo para o amor.
Mesmo que te destrua, mesmo que seja as drogas, as bebidas, os cigarros, a música, os filmes, as pessoas, as estrelas.
Mesmo que te faça bem. Ame.
Mesmo nos tempos difíceis, ache algo, tem que existir algo que te faça mudar de ideia em relação à vida.
Suicídio não é proibido pensar, mas que ninguém tenha coragem de finalizar isso.
Você pode sussurrar, gritar, pedir ajuda. Sussurre, grite, peça.
Mas não se esqueça das coisas bonitas que eu te desejo, e que você deseja para si mesmo.
Aquelas todas coisas bonitas que todos aqueles deveriam desejar.
Aquelas, ou essas. Tanto faz.
Deseje.



faixa 10;
quarta-feira, 10 de agosto de 2011 | Comentários
eu tenho um aperto aqui dentro, sabe?
é claro que sabe, e eu também sei bem o motivo.
mas, talvez, você ache que esse aperto é só pela tua ausência. não é; eu tenho medo, medo de esquecer da sua voz, esquecer, com o passar dos anos, dos detalhes sobre você.
eu sei que é difícil esquecer de uma vida juntos, impossível esquecer seu sorriso, o jeito que deixava o cabelo, o jeito que colocava a mão no rosto quando tava preocupado, o jeito de falar no celular andando pela casa toda.
o jeito como tomava o café, que esfriava, de tanto esperar você sair do computador e ir lá tomá-lo.
o jeito que, eu tentava ter a sua atenção em meio às conversas com a mãe, e não conseguia.
eu sei tudo sobre você, ou sabia.
e isso é a melhor coisa que eu tenho, agora. não quero perder isso, não quero perder isso nunca.
porque, se eu esqueço, é como se, automaticamente, eu estivesse esquecendo do quanto foi importante pra mim.
isso é impossível, eu sei, e mesmo assim eu tenho um aperto aqui dentro. eu pergunto para as outras pessoas, se elas esqueceram das vozes, do cheiro, dos detalhes, sobre alguém que partiu.
elas não respondem, só perguntam 'tu tem medo de esquecer dele?'
não, não tenho medo de esquecer de ti; tenho medo de esquecer de como você era quando estávamos juntos, entende?
eu to meio contraditória, eu sei, nem eu me entendo, muitas vezes.
mas você entende, né?
sabe qual é o medo? resumindo todas essas idéias esses paradoxos essas coisas que começam a sair de mim sem sentindo e vão se tornando palavras pensamentos textos.
é que algum dia eu olhe uma foto sua, e aquilo me de tranquilidade.
quando isso acontecer, vai ser porque eu esqueci dos seus detalhes e, apenas aquela foto aquele papel aquela coisa tão fria, me mostre o que você significou pra mim.
sem detalhes, sem jeito, sem nada; só aquele papel.



us;
quinta-feira, 4 de agosto de 2011 | Comentários
- Me mostre um caminho agora, um jeito de estar sem você.
O apego não quer ir embora, diaxo, ele tem que querer;

Eu ainda espero, talvez, sem motivo algum. Sem ter o que esperar, sem ter quem esperar.
Mas eu ainda espero.
Cada pessoa, cada lugar, cada cheiro, música, gesto. Tudo me lembra você...
Como diz uma música 'as flores de plástico não morrem', e eu gostaria que isso acontecesse com você, que nunca me deixasse, nunca partisse, fosse embora...
Nem escrever eu sei mais, to dilacerada por dentro, as palavras, confusas, pedem ajudam; querem sair de qualquer maneira, ficar no papel, ou qualquer outro lugar que eu as deixe. Mas isso nao acontece, nada acontece.
Elas permanecem na minha cabeça, no meu corpo, misturadas ao sangue, à dor, à saudade.
eu ando cansada, sabe? esses pensamentos ruins, não saem de mim, e eu tento, tento muito, mas é inevitável, eles sempre estão comigo, me deixando pior.
eu cansei de tudo, cansei até de ouvir as pessoas falando, o barulho das suas vozes machuca meus ouvidos, os problemas futis, irritam a minha cabeça... minha paciência não é mais a mesma.
as pessoas, em um geral, têm me irritado com tanta ignorância, e, eu sei, talvez elas nem tenham culpa de nada. mas eu as culpo, jogo na cara, grito, peço pelo-amor-de-Deus, façam alguma coisa para acabar com essa ignorância que as assombra, essa futilidade, que elas chamam de vida.
façam alguma coisa, se matem um pouco, todo dia, esqueçam desses problemas, esqueçam de reclamar, um dia por semana, esqueçam das outras pessoas.
o cigarro também. o cigarro não tem o mesmo gosto, ele nao cessa minhas necessidades. é fraco, não arde minha garganta mais, e eu fumo, fumo mais, pra arder, pra sentir. mas não arde, não sinto.
a bebida, que antes me fazia tão bem, me é indiferente.
dois goles ali, três aqui, e a ânsia sobe. eu paro, vou para casa, acendo outro cigarro, com gosto de cerveja morna, com gosto de indiferença.
talvez os excessos de antigamente façam-me mal, talvez seja isso.
já experimentei tanta coisa; talvez meu limite seja esse, e eu ja não veja mais graça nas coisas que eu ja experimentei, sabe?
ou talvez... ou talvez seja a sua ausência, me dilacerando a cada dia, um pouco, que faça-me mal.
talvez aquela coisa boba de não ver mais graça nas coisas, sem você ao lado.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
Visualizar meu perfil completo

Arquivo