cannonball;
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012 | Comentários
as vezes dá um sufoco, um aperto aqui dentro, sabe?
parece que tudo vai acabar, que o corpo vai explodir; e ele explode em lágrimas, quando a sua lembrança aparece, a lembrança de que não te verei mais, nem risadas, bebidas, filmes, nem aquele teu abraço que me protegia de tudo. nunca mais nada disso.
ainda não entendo como as pessoas podem dizer que se acostuma com a ausência; a verdade é que tu não acostuma, tu finge, finge que tá bem, finge que vai passar.
mas não passa, toda vez que eu lembro de ti, me sinto vazia, me sinto triste, me machuca pensar nisso.
eu tentei, juro, tentei mesmo não pensar, mas, sei lá cara, tem dias que não dá pra mentir pra gente mesmo.
minha vontade é gritar, de raiva, de ódio, de tudo.
é a tua solidão, preenchendo a minha, é a tua falta, na falta que eu sinto, tua ausência nos meus finais de semana, tua ausência nessa casa, tua ausência das coisas boas que aconteceram depois que tu foi embora.
e isso machuca, de novo, machuca, corta por dentro, vem dilacerando meu peito.
me deixa sem ação, chorar escondido no quarto fingir que sou forte fingir que posso segurar o mundo nas costas sem me importar fingir que tá tudo bem sempre tá tudo bem.
mas não tá, não fica tudo bem, nesses dias que não dá pra fingir, não fica tudo bem.
e machuca, corta, dilacera, arranca meu coração, faz essa coisa chamada carinho ficar em pedaços.
amanhã é outro dia, amanhã eu vou fingir que tá tudo bem.
mas hoje não tá.


kill the lights;
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012 | Comentários
É como se eu pudesse tocá-la; como se, magicamente, pudesse enxergar as palavras dançando na minha frente.
E eu as vejo. Formam redemoinhos ao meu redor; aquele turbilhão de palavras esquecidas na minha cabeça, agora, jorram das minhas veias.
Alguém disse 'verte sangue'; vertem idéias, verte verborragia há tanto tempo acumuladas que não saberia ao certo por onde começar.
Continuo observando a dança em minha volta, até tudo se inundar.
Até meu corpo flutuar junto com elas, pelo quarto, adentrando a casa.
Até tomar conta de mim, pouco a pouco; vou me tornando nada, vou me tornando tudo. Me transformo em luz, me transformo em bicho, volto a ser humana, me transformo em pó.
Me transformo na própria verborragia que verte em mim.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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