Blábláblá's
quinta-feira, 15 de outubro de 2009 | Comentários
Com as mãos tremendo, o cigarro quase caindo e, a caneta parece não querer continuar entre meus dedos. Sim, sim, poderia usar algo mais fácil... digitar o que penso, porém, gosto tanto de ver minha caligrafia. Que muda dependendo do meu humor; gosto de vê-la tremida, tentando explicar o que se passa dentro de mim, apenas com palavras.
A chuva parece ter parado lá fora, apesar disso, o verão se anuncia no calor que abafa a casa e, naquelas velhas pancadas de chuvas, que passam rapidamente.
Quando os pingos começam a cair sobre o telhado, me dando uma falsa ilusão de que o inverno ainda está lá, meus pensamentos correm, se confundem, se apressam para sairem, até eu os colocar no papel.
Mesmo assim, ultimamente, o verão não me tem sido tão ruim. Tenho gostado do tempo ameno, podendo sair e parar num barzinho pra tomar uma cerveja, sem minhas mão congelarem.
Apesar de que, as palavras demoram para sair, precisando de muito mais concentração do que no inverno.
O verão não me é silencioso como o inverno, insetos se debatendo, o vento na janela... Talvez por isso demore tanto para conciliar (?) as palavras; reuní-las de um jeito perfeito para passar para o papel.
Acabo o cigarro, procuro algo para beber na geladeira, e continuo tentando.
Caneta numa mao, garrafa na outra, sentada no chão do quarto, pensando no que escrever, querendo que os pensamentos apenas se joguem no papel, pensando no que é melhor escutar em momentos como este.
Várias coisas me passam, várias coisas sobre o que escrever. Poderia falar sobre 1968, dos golpes militares... do rock'n'roll psicodélico, Janis, Hendrix, Dylan.
Poderia falar também sobre alguns filmes, sobre Caio. Teorias, Darwin... Enfim, qualquer coisa que chamasse atenção.
Mas hoje, não tenho nada mais para escrever; sabem aquele tumulto de coisas, idéias, palavras, sonhos, tudo aquilo, rodando na sua cabeça?
Pois bem, hoje é um dia que isso tudo, apenas gira, me deixando confusa, com falsas ilusões do que escrever. Ou quem sabe, nem seja um dia desses... e isso acontece apenas pela cerveja, em excesso.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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