Sweet disposition
sábado, 5 de junho de 2010 | Comentários
Tudo ao meu redor parece estranho, é como se eu nunca tivesse visto esse lugar; os quadros, os copos, tudo, está quebrado.
E minha vida ficou assim depois que descobri essas coisas.
Digo... depois que descobri que tudo o que eu estava vivendo, tudo o que eu estava lembrando, tudo o que eu fazia, isso não era por mim, não eram meus pensamentos, minha vida, minhas lembranças. Isso era seu. Sua vontade, seus quadros quebrados.
Meu coração foi junto.
Fiquei tanto tempo assim que, só agora, tento lembrar da minha vida. Aquela que eu tinha antes de ti, antes dos cacos pelo chão.
Sabes o porque disso tudo?
Porque eu te amava, porque eu faria tudo, esqueceria que tinha uma vida, esqueceria que tinha meus desejos, minhas lembranças... esqueceria tudo, por você.
Mas agora que se foi, não me sinto mal. Ao contrário; poderia até dizer que estou em certo transe com essa coisa toda de voltar com minhas memórias.
A gente cansa cara, sabe?
Cansa de viver outra vida além da nossa; já basta minha solidão para ter que aguentar a sua.
Basta meus problemas, minha confusão, minha indecisão, meu jeito de tentar parecer certa e sempre estar errada.
Já me basta tudo isso, para ter que aguentar mais uma dose.
Falando nisso... gostaria mesmo de outra dose, mas dessa vez seria de whisky, sem gelo, por favor.
Você poderia trazer pra mim, benzinho?
Ah, claro, eu é quem fazia essas coisas por você, não ao contrário.
Já estou me acostumando com isso, com a minha vida, meus porres, meus cigarros, minha imaginação, minha escrita.
Ainda os tenho aqui... já me basta suportar a tua ausência.
Enquanto isso, tomarei mais umas doses.
Da minha vida, mais umas doses de mim.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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