revelation blues;
sábado, 24 de novembro de 2012 | Comentários
- E que optarias por ficar comigo porque minha loucura te encantaria;

É como se, antes, fôssemos tão jovens, tão cheios de fé que nada nos assustasse; nada nos faria desistir.
É como se, antes, não existisse coisa alguma maior que o que éramos.
Àquele tempo o mundo se resumia apenas a isso: nós.
Como disseram, queríamos ser épicos descabelados suicidas. E, como se fôssemos, eu gostava.
Uma vez disse-me 'I miss who we were'. É incrível como as palavras ficam mais bonitas em outra língua; como ficam mais suaves.. como se tivesse uma casca aveludada em torno para suavizar o impacto.
Talvez a nossa língua que seja rude, sem qualquer veludo que amenize o choque quando as palavras se encontram, e são jogadas para fora.
E, como se nos bastassem apenas miúdas alegrias cotidianas, deixamos assim. Não repartíamos mais palavras, nem rudes, nem aveludadas.
Apenas esse silêncio que ecoava pelo quarto, e ia ecoando assim por entre nós; e ia ecoando pela vida. 
Até que chegasse um dia, que o silêncio falasse tão alto, que as palavras - há muito esquecidas- precisassem, novamente, ser ditas.
E, chegando esse dia, que o silêncio-não-bastasse-mais, e, quem sabe, só as palavras em outra língua fossem fortes o bastante para gritar o que eu não conseguiria dizer de outro modo.. chegando esse dia, eu iria implorar para que voltássemos a ser tão jovens, e cheios de fé.
Que voltássemos àquele tempo que nada era maior que o que tínhamos.
E tínhamos, um ao outro. E isso nos bastasse.
Então, chegando esse dia, eu iria implorar 'I just want back in your head'.



Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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