ne me quitte pas;
sábado, 16 de julho de 2011 | Comentários
Eu te chamo, em vão. Grito seu nome aos ventos que rodeiam a casa; que rodeiam essa coisa que eu chamo de minha vida.
Eu peço, todas as noites depois de sua partida, eu peço; sussurros baixos, lágrimas abafadas, um 'volta pra casa' talvez.
Mas não há resposta. Não há mais resposta.
Talvez, quem sabe, nunca tenha existido respostas, apenas meus sussurros baixinhos.
Pedindo que alguém, que talvez não exista, venha para casa. Alguém com a qual eu sonhara.
Sonhos, delírios, cafés, Piaf, solidão. Quem vai saber?
Quem vai me dizer que não existiu?
Existiu, para mim sempre existiu essa pessoa que eu chamava, sussurrava, e pedia para voltar.
Dentro de mim, talvez ela ainda exista.
Cada cigarro derrama o seu gosto, cada café... a sua ausência. Cada vento que sopra em volta, suas palavras de veludo, penetrando dentro de mim, tomando espaço no meu coração.
Minha sanidade já não é mais a mesma, as muitas noitadas com muitas drogas, você sabe como é. Você esteve sempre presente, e sabe como é difícil, depois de anos, manter as coisas em ordem, depois de todas essas noites sem dormir, noites de sexo, noites de drogas, noites de amor, noites de ausência, noites de álcool.
Noites, noites, minha vida tornou-se escuridão.
E desde que não te vejo nessas noites e escuridão, elas pioram.
Mais álcool, mais sexo casual, mais drogas, mais Piaf.
E, cada vez mais que sinto tua ausência, essa escuridão aflora em mim, como uma explosão.
Fazendo tudo ficar claro, a vida ou-seja-lá-isso-que-temos, como dizia Caio, a tua ausência fica clara, e a escuridão retoma, de onde ela parou.


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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