let it be;
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 |
Comentários
Foi quando percebeu que em cada manhã, ao acordar, suportava aquela ausência do outro lado da cama; que o vazio deixado pelo outro não seria mais preenchido. Então percebeu que só agora poderia mudar.
Aquele elo que o enlaçava estava rompido; seria, enfim, libertado à viver.
Mas não como antes, se hoje, ontem ou amanhã, fossem os últimos dias de suas vidas. Viveria calma e vagarosamente, cada minuto lhe proporcionado.
Pensaria no amanhã apenas como outro dia qualquer. Nem o primeiro, nem o último, apenas mais um dia.
Um dia a mais para viver, parar ser feliz, sorrir. Chorar, talvez...
E ele se olharia no espelho; olharia um rosto feliz, que envelhecia devagar.
Ele olharia para o espelho e diria:
- Talvez ainda haja salvação para nós.
Talvez houvesse.
Quem sou eu?
Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer...
enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
Visualizar meu perfil completo
Arquivo