all my loving;
sábado, 11 de setembro de 2010 | Comentários
E ficamos ali, sem falar nada.
Gostamos disso, um completando o silêncio do outro, e passamos horas assim, um abraço, um beijo, palavras não precisam ser ditas, um entende o que o outro quer, pelo silêncio.
Talvez uma música ao fundo, um cigarro, uma bebida, sem gelo, amarga; ardendo ao cair na garganta.
Faço isso só para não ter que falar, não é preciso. E ele sabe disso.
Como eu sei?
Ele também o faz. Digo, a bebida sem gelo ardendo na boca.
Agora não nos abraçamos, sabemos que a hora de partir está perto; a gente sempre sabe quando uma coisa dessas vai acontecer. Então o melhor é soltar, pra ir acostumando.
Acostumando com o silêncio vazio, sem o outro pra completar.
Não, não começarei com aquele clichê de o-meu-amor-meu-deixou, não. O que posso fazer é beber mais, para não ter o que falar, para não tentar fazê-lo ficar, para não dizer te amo.
Então o outro parte, e eu... eu continuo com a bebida sem gelo, ardendo na boca, sem conseguir dizer nada.
Ele entendeu o que eu queria dizer, um sutil 'fica, por favor', sem palavras.
Aquilo de um completando o silêncio do outro, sabe?


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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