Mesmo que mude;
segunda-feira, 26 de abril de 2010 |
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Ora, faça-me um favor, assim, como o último que fará. Pare de chorar, a morte é uma sequência, acontece, sem mais.Não finja agora, no meu leito, que está preocupada; já passou, nosso amor, nossas histórias. Já deve estar fodendo com outro. E, agora, que estou assim... me libertando desse marasmo, vem chorar, e implorar perdão.
Estamos na febre da tuberculose, moulin rouge, meu bem.
E, eu, como todos meus amigos boêmios, nao teria final mais digno do que morte por tuberculose.
Lautrec ainda sobrevive, mas eu... eu não, nem quero!
O escapismo da minha tragédia é a morte, a minha felicidade, hoje, será a morte. Não me venhas com essa baboseira toda, lamentações não adiatam mais, não há mais tempo.
Nem tempo, nem vida, se entregue como eu fiz; quando chegar a sua vez, provavelmente pelo mesmo motivo que estou aqui, não se prenda aos detalhes... o que é uma mera vida perto da imensidão que pode ser a morte?
Ou talvez não seja nada disso, não seja meu escapismo, e seja uma tragédia maior.
Mas, não pensarei nisso, afinal, logo descobrirei. E pode deixar, queridinha, te aviso.
Pois como dizem né... para morrer basta estar vivo.