Polaróides urbanos
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010 |
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É maio aqui na França, aqueles dias frios, nublados.. de 1968.A revolução explode lá fora; todos os dias, barricadas, estudantes confrontando o Governo, em choque com a polícia.
E aquele cara é o porta-voz. Aquele cara lá, o vermelho.
Dany Le Rouge.
Ah aquele cara me encanta... e toda vez que olho para ele me dá vontade de fazer alguma coisa.
Não, não é sexo, apesar dele ser bem atraente; mas sim a revolução ao seu lado.
Ficar lá, com a multidão, gritar junto, confrontar o Poder, a polícia fechando as faculdades, os operários em greve.
Porém, a coragem me falta, a tensão de morrer pisoteada se confronta com a vontade de participar.
Não só pisoteada, mas espancada pelos porcos.
Queria tanto ter essa coragem aí, de mudar o mundo, mesmo que não conseguisse. Só pelo gostinho de ter tentando, ter feito alguma coisa; e não ficar aqui, em frente à lareira, com um bom vinho, aquele cigarro, Edith Piaf ao fundo.
Porém, só fico nisso... nesses poréns inacabáveis. Se é que essa palavra - poréns- existe.
Quem sou eu?
Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer...
enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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