Mémórias
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009 | Comentários
Deitada na cama, lençóis brancos, limpos, solitários. Penso em tudo que se passou, em tudo que vivemos aqui, noites adentro.
Em frente à lareira, um bom vinho, cigarros... uma música para curar o porre. Tantas risadas, segredos, pecados escondidos entre as cobertas, entre nossos corpos.
Hoje, o que resta é a saudade, que ecoa pela casa; quase num lamento.
Posso garantir que, às vezes, a escuto pelos cantos, resmungando, com o cheiro do blues e o gosto do vinho.
Posso garantir que, não somente ela, eu também ando pelos cantos. Choramingando, sentindo sua falta. Queria poder voltar todas aquelas noites de inverno, aquelas tardes de outono, deitados no quintal, ao som das folhas caindo.
Do sexo quente, das duchas, das palavras ásperas 'em voz de veludo', das contradições. De ti.
O que pode ser a maior loucura, de todas as que cometi. Tentar te esquecer.
Venho fazendo isso há tempos, esquecendo de ti, esquecendo de todos os momentos dentro dessa casa, nessa cama, nos lençóis, limpos, brancos, aconchegantes.
Esqueci do seu rosto, esqueci do seu cheiro, do seu sabor...
Claro que continuam os aromas, o gosto do vinho em minha boca, do cigarro... o calor do seu corpo junto ao meu.
Porém, esquecerei disso, daqui alguns anos, como do seu rosto, do seu cheiro.
A única coisa que me preocupa, além do amor que não consigo esquecer, é que as vezes eu esqueço de te esquecer!


Quem sou eu?

Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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