Necessidade
sábado, 3 de janeiro de 2009 | Comentários
Olho pela janela, as folhas caídas não deixam dúvidas. O outono chegou, mais belo do que nunca.
Aquele friozinho típico da meia estação, que só passa com o café que trago às mãos, junto com o cigarro no canto da boca; verdade seja dita, tentei parar de fumar mais de uma vez, foi inútil, fico no máximo um mês sem o mesmo, mas quando passa esse tempo de recesso, a vontade vem em dobro.
Já me acostumei com a idéia de conviver com o vício por um longo período, dependendo de quanto tempo minha vitalidade durar.
Até acho muito interessante o sabor da mistura de café com cigarros, obviamente que um Bob Dylan ao fundo, embalando meus pensamentos. E, sempre que possível o faço, quando fico sozinha nesse apartamento, o que não é nada difícil.

Até prefiro, por vezes, ficar só, eu, meu café, o cigarro, a música; minha máquina de escrever continua em cima da mesinha, desde que a ganhara de um amigo...
Uso-a, não com a mesma freqüência que antigamente, porém, com o mesmo gosto e fascínio.
Já me interessei por diferentes coisas na vida, meninos, meninas, jogatina, dança, álcool, diversos trabalhos. Contudo, fico somente com a dança e o álcool, que não me abandonara ainda.
Já não com toda aquela virilidade, obviamente.
Penso em tudo que já passei, fitando, sempre, as folhas caídas no chão e, apreciando como se nunca o tivesse visto.
Quero dizer, cada outono é único, cada folha que cai é diferente, como um floco de neve, diferentemente perfeito.
Toda vez que sento-me aqui, defronte a máquina de escrever, penso em como era bom ter sempre coisas para dizer, confidenciar à ela.
E, o que me deixa mais angustiada, não posso deixar de sentir um grande orgulho de mim mesma, é que eu sempre me engano com os pensamentos, sempre tenho o que escrever, e provavelmente, sempre terei. Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papél, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.


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Enquanto achar necessário o uso das palavras borradas no papel, enquanto achar inevitável o fazer... enquanto tudo isso acontecer, sempre terei o que escrever, mesmo que para isso, eu não tenha nada em mente.
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